Eu já vinha há algum tempo pensando em montar um Workshop de Fotografia de Montanha perto de São Paulo, o que acabou sendo um bom pretexto para ir conhecer a região da Pedra do Baú. Fiz um contato com o Eliseu Frechou, da escola de escalada e refúgio Montanhismus, e combinamos uma estada lá.
A viagem foi puxada - 400km de Petrópolis até São Bento do Sapucaí. Chegamos no refúgio e tiramos o finalzinho da tarde para descansar. O tempo estava fechado.
O Eliseu me deu um mapa da região e umas boas dicas de locações para fotografar. Era torcer para o tempo ajudar... À noite fomos tomar umas cervejinhas na cidade e depois voltamos para dormir no refúgio.
Depois do nosso descanso acabou amanhecendo um dia bem bonito. Botamos a tralha no carro e partimos para as montanhas. A ideia era conhecer a trilha do Bauzinho de dia, para depois voltar e fotografar o pôr do sol.
O caminho até a trilha foi muito bonito. A região se chama Paiol Grande, e está aos pés das três montanhas mais conhecidas da região, o Bauzinho, a Pedra do Baú e a Ana Chata.
Subimos uma serrinha pra lá de inclinada e passamos também pela Cachoeira do Toldi.
E tome mais subida... muitos trechos em primeira marcha. Mas finalmente chegamos no topo e passamos por uma região bem arborizada e bonita até a entrada do Monumento Natural da Pedra do Baú. Mais um trechinho de estrada de terra e chegamos na entrada da trilha.
Gigi nem quis saber de mochila. Preferiu ir no chão, caminhando. Cada vez mais independente a baixinha...
A chegada no Bauzinho foi espetacular...
Fizemos um lanchinho e o tempo começou a fechar. Gigi já estava mais preguiçosa e preferiu voltar na mochila. A volta foi bem divertida...
Pegamos o carro e aproveitamos para conhecer mais as lindas estradinhas dessa parte alta da serra.
Depois do almoço ficamos lá no Refúgio. A ideia era voltar lá no Bauzinho para fotografar o pôr do sol, mas caiu um toró que adiou meus planos. Fizemos uma jantinha com vinho e fomos descansar.
No nosso terceiro dia em São Bento eu madruguei, peguei o jipinho e fui na direção oposta do Baú, subindo uma serrinha na fronteira com Minas Gerais. Consegui achar um ponto com vista aberta para as montanhas, montei a câmera no tripé e foi esperando o dia clarear. Era possível ver as luzes de São Bento do Sapucaí, mas as montanhas do Baú estavam encobertas.
A chuva da véspera tinha deixado o céu espetacular. A luz mudava rapidamente. Era preciso pensar rápido e clicar...
O sol nasceu e se escondeu nas nuvens. Nem parecia dia. A Pedra do Baú finalmente deu as caras...
O dia finalmente clareou e eu voltei pro refúgio, curtindo a beleza da estradinha que eu tinha subido à noite.
Mas era hora de acordar as "meninas". Nesse dia eu e a Gi comemoramos nosso aniversário de 12 anos juntos. Tomamos um café e fomos passear lá pros lados de Campos do Jordão, que fica ali pertinho, por trás da Pedra do Bau.
Pegamos de novo a nossa serrinha que passa pelo "ombro" do conjunto da Pedra do Bau e na parte alta eu ainda consegui fotografar um belo Gavião Carrapateiro (Milvago chimachima).
Depois passamos um dia gostoso em Campos do Jordão, com seus calçadões e jeitão de vilarejo europeu.
Na volta mais chuva... fiquei na torcida para chover e limpar, mas acabou ficando tudo nublado. Desencanei de fazer minha foto do pôr do sol no Bauzinho e fomos explorar mais um pouco as estradinhas da Mantiqueira. Lá pelas tantas vimos outro gavião. Parei o carro e entrei num bosque para tentar fotografar. Não consegui, mas aproveitei para arriscar uma foto com a câmera em movimento.
Já começava a escurecer e esse bosque era bem sinistro. A Gi dizia que lembrava o filme "A Bruxa de Blair".
Voltamos para São Bento para fazer uma comprinha... pizza, vinho, queijos... A bonita Paróquia de São Bento estava aberta e nós fizemos uma visita.
Mas a Gigi queria era brincar. Encontramos uma ladeirinha perto da igreja e ela subia e descia correndo, fugindo da gente.
Nosso jantar de 12 anos foi simples e gostoso. O Eliseu Frechou nos deu uma cerveja "Bauzera" de presente e nós ainda tomamos um vinho. A Bauzera é uma cerveja artesanal bem gostosa e feita ali mesmo no Refúgio.
Com cerveja, vinho, pizza e um friozinho gostoso nós dormimos fácil...
No dia seguinte arrumamos as malas e nos despedimos do Eliseu. Gigi fez questão de se despedir do Dingo, seu novo amiguinho. Hora de pegar a estrada de volta pra casa.
Quando passamos por Aparecida do Norte a Gigi pediu para ir de novo na "Casa da Mamãe do Céu". Veja aqui o relato dessa nossa visita recente ao Santuário de Aparecida do Norte.
Demos uma paradinha, a Gigi matou a saudade da "Mamãe do Céu", fizemos um lanchinho e depois pegamos a estrada pra casa.