sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Férias 2015 parte 7 - Versailles e o a volta ao Brasil


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No nosso último dia em Paris íamos conhecer Versailles. A previsão era de fazer incríveis 8ºC, a temperatura mais alta da viagem. Queríamos fazer um passeio bem tranquilo, conhecer o Salão dos Espelhos, os jardins e só. Nada de pressão para ver tudo, ficar correndo.

Tomamos nosso café no hotel sem pressa e seguimos de metrô para a estação Saint-Lazare. Compramos os bilhetes e pegamos o trem que passa pela região de Rive-Droite. Andar de metrô e trem era uma curtição para a Gigi. Nessa viagem ela tinha aprendido umas palavrinhas novas, como pombo, pipita (chupeta) e tem (trem).

O trem vai saindo de Paris para uma região mais alta. Era bonito ver a Torre Eiffel ficando miudinha, distante. Como é gostoso andar de trem...

Depois de uma meia hora chegamos na estação. Apesar da previsão, fazia frio e ventava. Volta e meia chovia um pouco. Em frente à estação pegamos um ônibus e chegamos no largo que dá acesso a Versailles. Até a entrada ainda tinha que andar um bom trecho e nós apertamos o passo. Eita vento gelado...

Compramos os ingressos e entramos na fila da revista. Por sorte um funcionário viu a Gigi e nos chamou para furar a fila. Logo estávamos caminhando no palácio longe do vento e do frio.

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Fizemos um roteiro padrão, passando por diversos salões. Nosso roteiro nos levaria nas três atrações principais, o quarto do rei, o quarto da rainha e o Salão dos Espelhos. O lugar é um luxo só, beirando o exagero. Depois de muitos salões chegamos finalmente na Galerie des Glaces, o famoso Salão dos Espelhos de Versailles. Mesmo depois de ver tanto luxo, a chegada na Galerie des Glaces ainda impressiona.


Visitamos também o Chambre du Roi (quarto do rei) e o Chambre de la Reina (quarto da rainha). Ainda tinha muita coisa para ver, mas demos a missão por concluída. Procuramos um lugar para almoçar pra encarar a visita aos jardins.

Almoçamos quiches com vinho. A Gi pediu o famoso quiche lorraine e eu peguei um quiche de salmão. Isso pra ver se a Gigi experimentava e gostava de algum. Ela acabou gostando bastante do quiche lorraine.



 Barriga cheia, fomos para os jardins. Estava chovendo um pouco e ventando muito. Roubada total. Passear a pé nem pensar. O jeito foi fazer o passeio no trenzinho.



O passeio até que foi legal. Visitamos o Grand Trianon, o Petit Trianon e o Grand Canal. Versailles não é o maior palácio do mundo, mas é o palácio que tem os maiores jardins do mundo. Caminhar com calma pelos jardins vai ficar para uma próxima...

Na hora de ir embora eu botei a Gigi na mochila e ela cochilou. Estava um frio incômodo e a gente acelerou até o ponto de ônibus.


Logo pegamos o trem de volta para Paris e relaxamos. Tudo quentinho, passeio gostoso. Chegamos na estação de Saint-Lazare e passeamos pelo shopping que fica dentro da estação. Mamãe vendo as "soldies", Gigi comendo batata Pringles.


Depois pegamos o metrô e voltamos para Abbesses. Como despedida deixamos a Gigi dar várias voltas no Carrossel. Essa série eu nem fotografei.

No hotel demos aquele banho de banheira na Gigi e fomos arrumar as malas. Tinha contratado um transfer do hotel para o Aeroporto a um bom preço. Era só deixar tudo pronto e tentar dormir um pouco.

Acordamos cedo no dia de ir embora. Acertei as despesas do hotel e o pessoal do transfer chegou, super pontual. Seguimos de van até o Aeroporto Charles de Gaulle.

Chegamos bem cedo e fomos resolvendo tudo com calma, auto chech-in, despacho de bagagens, imigração, revista, logo estávamos na área de embarque, um salão com free-shops e bares. A Gi foi tentar comprar uns presentinhos e eu fiquei brincando com a Gigi.


Estávamos preocupados com o voo, pois ficar 11 horas com a Gigi presa num avião num voo diurno prometia fortes emoções.

No avião sentamos próximos a uma família da Jordania que tinha um bebê. Era o Bura. Logo a Gigi se enturmou. Nos bancos da fileira de trás um grupo de russos conversando alto e rindo. Tava até engraçado.

Um dos russos se encantou com a Gigi. Ele brincava um pouco com ela e também com o Bura. Nada de mais. A gente até estava achado graça.

Decolamos e tudo ia bem até o almoço. Tomamos champagne, vinho e tiramos uma sonequinha. Quando acordei resolvi esticar a perna um pouco e encontrei os russos em pé perto dos banheiros. Eles riam e bebiam alguma coisa. Tive a impressão de sentir cheiro de álcool, e não era vinho.

Mais tarde eles voltaram para as poltronas e o tal russo voltou a brincar com a Gigi e o Bura. Mas ele parecia meio agitadão. A Gigi e o Bura estavam ficando também muito agitados.

Mas uma certa hora o russo destrambelhou de vez. Gigi e o Bura brincavam no corredor. O russo pulou para o corredor, ficou de quatro e saiu latindo atras das crianças. Foi uma cena dantesca - Gigi e o Bura entraram correndo e gritando pela classe executiva e depois primeira classe, com um maluco atrás, de quatro e latindo. Vários passageiros reclamaram e o clima esquentou. Barraco!

O chefe de segurança de voo veio nos perguntar se o russo estava "aterrorizando" a Giovanna. Que surreal! rsrsrs

Dissemos que não, mas que ele parecia estar bêbado e que começava a ficar inconveniente. Mas deixamos claro que em momento algum ele maltratou as crianças. O chefe de segurança de voo comentou que achava que os russos tinham conseguido entrar com vodka no avião, talvez disfarçado de desodorante. Mas ele não tinha conseguido flagrar.

O russo levou uma advertência bem séria. O guia da excursão dos russos também. Parecia que ia acalmar, mas o cara realmente tava muito bêbado. Alguns minutos depois já estava levantando e querendo brincar com as crianças. Novamente os passageiros reclamaram e uma comissaria veio intervir. A bronca foi séria. A mulher estava tão brava que parecia estar dando um esporro no avião inteiro. Que cena!

Depois da bronca ela ditou um texto para o guia dos russos e fez ele ler em russo para o bêbado. O recado era claro. Se ele não sossegasse ia receber voz de prisão e já sairia preso quando o avião pousasse.

Mas o doido não sossegou... rsrsrs

E eis que chega o comandante do avião (quem ficou pilotando essa porra?) e o russo recebeu voz de prisão. Depois o comandante veio conversar com a gente perguntando se queríamos mudar de lugar e se prestaríamos queixa. Deixamos claro que se não houvesse nenhum outro incidente o assunto estava encerrado, e que em momento algum o russo maltratou a Gigi.

E dessa vez o bêbado sossegou. Acho que o porre já estava passando.

O bom dessa confusão toda é que as 11 horas de voo passaram rápido. Gigi se divertiu e a gente tem mais história pra contar. Essa viagem tinha que terminar de um jeito maluco...



Pousamos no Rio e encontramos nossos amigos Alexandre Motta e Xandinho que nos levariam para casa. Viajar é muito bom, mas nada com chegar em casa...


Férias 2015 parte 6 - Londres


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Madrugamos para pegar o trem para Londres. Saímos do hotel antes do café e seguimos de metrô até a estação Gare du Nord. Fizemos check-in, imigração num posto francês e depois imigração num posto britânico. A oficial inglesa foi muito polida, mas quis saber exatamente o que nós faríamos na Inglaterra e quanto tempo ficaríamos. A passagem de retorno para o mesmo dia facilitou as coisas.

Na área de embarque eu e Gi fizemos um lanchinho. Gigi estava dormindo desde o hotel. Estávamos bem cansados.


Consegui comprar algumas libras ali na área de embarque mesmo e logo fomos chamados para embarcar no Eurostar. Pela frente pouco mais de duas horas de viagem até Londres, com direito a uns 20 minutos dentro do Eurotúnel, atravessando o Canal da Mancha sob o mar.

Mesmo na classe econômica o trem era confortável. A viagem seria um bom descanso pra recuperar o pique.


A viagem foi tranquila. A 300km/h a gente via os campos do norte da França passando rapidamente. O Eurostar segue de Paris até Lille e depois Calais, onde entra no túnel, emergindo na cidade inglesa de Ashford. Dali para Londres é rapidinho.



Para saber mais sobre o Eurostar clique aqui

A passagem pelo túnel em si não tem nada de mais. São cerca de 20 minutos sem ver a paisagem, O trem roda tão macio que a gente perde até a noção de movimento.

Chegamos em Londres com tempo bom. Estava até menos frio do que em Paris. A beleza da estação de St. Pancras nos impressionou.




Fomos para a lateral da estação e pegamos um daqueles ônibus vermelhos de dois andares que circulam pelos pontos turísticos de Londres. Existem várias empresas que oferecem esse serviço. Nós utilizamos a Big Bus.

Para saber mais sobre a Big Bus clique aqui

O primeiro trecho, que eles chamam de green link, faz a ligação da estação de St. Pancras até o circuito propriamente dito. Depois trocamos de ônibus e logo estávamos percorrendo o Classic Red Tour, que é o circuito tradicional.


A viagem é divertida. Um funcionário da empresa vai apresentando os lugares e interagindo com os passageiros. A cada atração você pode descer do ônibus e depois voltar para o ponto para pegar o ônibus seguinte, desde que da mesma empresa.

Logo que começamos o circuito, o narrador nos mostrou o prédio da Royal Courts of Justice, dizendo que muitas cenas dos filmes do Harry Potter foram gravadas lá. Não consegui fotografar a tempo, mas pesquisei na internet algumas imagens.




Como nosso tempo era curto, tivemos que priorizar. A ideia era passar mais tempo na região de Westminster, onde ficam o Parlamento/Big Ben, a Abadia de Westminster e o Palácio de Buckingham. Ali por perto ainda visitaríamos a Trafalgar Square e o Piccadilly Circus.

Mas a gente queria ver também a Catedral de St. Paul, a imensa catedral londrina que foi toda reformada.


Saltamos do ônibus na avenida Ludgate Hill, bem de frente para a catedral. Fomos primeiro numa padaria para dar um lanche para a Gigi. O lanchinho londrino desceu bem. Gigi comeu frutas e pão.


A gente ia ficando encantado com a simpatia e educação das pessoas. E o dia estava apenas começando...

Fomos para a Catedral. Diferente de Paris, não tinha fila para revista. Mas também diferente de Paris, tinha que pagar para entrar. 15 libras por pessoa. Putz! Íamos gastar mais de 120 reais só pra dar uma olhadinha na igreja. Como a igreja que eu fazia questão de visitar era a Abadia de Westminster, demos meia volta e fomos para o ponto do ônibus.


Logo estávamos no segundo andar do nosso Big Bus. Percorremos a região conhecida como City e nos divertíamos ao ver tudo tão de cima. Andar do lado esquerdo das ruas dava um nó na cabeça. rsrsrs


A atração seguinte era a linda Tower Bridge.


Para saber mais sobre a Tower Bridge, clique aqui







Logo saindo da Tower Bridge o ônibus contorna a Tower of London, um castelo onde estão as joias da Coroa Britânica.


Para saber mais sobre a Tower of London, clique aqui

Conhecer em detalhes esses lugares fica para outra vez. Seguimos nossa viagem em direção Westminster. Gigi estava bem agitada ficava indo e vindo pelo ônibus sempre beliscando umas batatas Pringles.


Chegamos finalmente em Westminster, de cara para o Big Ben.



O ônibus deu ainda uma volta pela outra margem do Támisa e depois nós saltamos bem pertinho da Abadia de Westminster e do Parlamento.


Fomos visitar a abadia onde são coroados os reis ingleses há cerca de mil anos. 




Para saber mais sobre a Abadia de Westminster clique aqui

Entramos na abadia, sem fila, sem stress. O ingresso era de 20 libras por adulto, ou seja, gastamos cerca de 160 reais. Não é uma igreja gigantesca muito menos super luxuosa. Mas é um lugar com quase mil anos de história e com uma energia super legal. Já estávamos encantados com a polidez dos londrinos e a visita à abadia foi a cereja no topo do sorvete. Fomos atendidos por uma senhora que fez todo o esforço para nos deixar a vontade. Até tentou falar em português. Ajudou a Gi a montar um audio-guia especial para quem está carregando criança no colo e nos orientou no roteiro da visita. Teve uma hora que eu achei que ela ia levar a Gigi no colo.

Mesmo sem ter missa, a cada hora eles pedem para todos fazerem silêncio para orar e ouvir uma mensagem. Especial, emocionante...

Mas nada de fotos! É proibido.

Já nas alas laterais da abadia tem uns corredores medievais onde nós caminhamos um pouco e as fotos eram permitidas.



Depois da calorosa acolhida na abadia, seguimos para a Parliament Square fazer uma "selfie".


Caminhamos mais um pouco e encontramos uma daquelas cabines telefônicas londrinas e eu não pude deixar de registrar.


Mas o tempo estava passando rápido. Logo escureceria e a gente tinha que pegar o trem de volta. Poderíamos voltar para o ponto da Big Bus e continuar o roteiro, mas a gente resolveu improvisar. Vi pelo mapa que daria para chegar na Trafalgar Square cruzando o St. James's Park, o jardim do Palácio de Buckingham. Acabou sendo ótimo, pois finalmente a gente botou a Gigi no chão pra ela brincar um pouco.






No parque tinha patos, pombos, corvos e até esquilos que chegavam bem pertinho. Gigi estava encantada; chegou até a levar umas bicadas dos patos que queriam comida. 


 

Ali na frente já era o Palácio de Buckingham, mas nós tocamos direto na direção da Trafalgar Square, Estava ficando tarde e frio.


Chegamos em Trafalgar Square e paramos para um lanche rápido. Demos uma voltinha e perguntamos como chegar em Piccadilly Circus. Mais uma pernada e chegamos lá, já anoitecendo.



Em Piccadilly Circus a Gigi viu uma escadaria de metrô e aquele monte de luzes e achou que era o carrossel da pracinha de Abbesses. Como a gente foi pegar o ônibus ela abriu um berreiro. Chorou com vontade mesmo. A palavra dela para carrossel era "oda-oda" (roda-roda). Ela falava "oda-oda", apontava para as luzes e chorava. Fazer o que? Tínhamos que pegar o trem de volta.

Dali fomos de Big Bus para a estação de St. Pancras e passamos novamente por todo aquele procedimento de check-in, revista e imigração. O fato engraçado foi a dura que a Gi levou na revista. Acho que o oficial olhou para a Gi, morena, de gorro e cachecol e viu uma muçulmana. Ele pediu para eu segurar a Gigi e levou a Gi para uma revista completa feita por uma oficial. Tudo muito respeitoso, mas sério. 

Passado o stress, pegamos nosso trem e dessa vez fomos tomando cerveja (comprada no vagão bar). Chegamos em Paris bem tarde. Felizmente quando chegamos em Abbesses o carrossel já estava fechado e a Gigi já estava dormindo. 

Gostamos demais de Londres! Um lugar para voltar.