terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Pinheirinhos com os Pequenos


Carnaval em Petrópolis, resolvemos dar uma esticada nos Pinheirinhos, levando o Gabriel. O Jaci e a Ângela também foram e levaram a nossa afilhada Robertinha. O dia estava gostoso e nós comemos sanduiches e tomamos umas cervejinhas. Programa light depois da ralação do Monte Roraima.

Monte Roraima, último dia de trilha (continuação)

Levantei antes do dia nascer e desci para a margem do Rio Tök. O amanhecer foi lindo e a paisagem era uma moldura para o misterioso Monte Kukenan, um imenso Tepui que fica ao lado do Roraima.



O Monte Kukenan é uma montanha de acesso bem mais difícil que o Roraima, e as lendas que o cercam são mais soturnas. Os nativos o chamam de Matawi, algo com a morada dos espíritos maus ou, numa outra interpretação, um local para morrer. Uma montanha linda, misteriosa e quase inacessível.

Após contemplar o Kukenan, fui acordar a Gi para os preparativos da nossa partida. Depois da euforia do dia anterior, tinhamos que voltar à dura realidade e retomar a caminhada. Faltavam "apenas" 13km para a aldeia Parai-Tepuy. Como o caminho era largo e conhecido, cada um que foi acordando e montando a mochila partiu para a trilha sob sol forte. Assim, no nosso último dia, cada um fez sua jornada solitária com seus próprios pensamentos.


Mas o sol forte e o cansaço acumulado fez com que essa última jornada fosse bem dura. Na chegada à aldeia jogamos nossas mochilas no chão e fomos tomar cerveja. Tínhamos caminhado algo em torno de 90km nos oito dias do nosso trekking do Roraima. Depois da cerveja, demos presentes aos guias e uma gorgeta aos carregadores.

Fica o nosso agradecimento aos guias Leo Tarolla, Everaldo "Borracha" e Eduardo e também aos carregadores Pablo, Horácio, Ronaldo, Tadeu e vários outros do nosso e dos outros grupos (infelizmente não lembro todos os nomes) que tornaram nossa viagem muito mais rica em experiências. Ao Magno, da Roraima Adventures, fica o nosso abraço e o reconhecimento ao profissionalismo desta agência brasileira.

Da aldeia Parai-Tepuy seguimos de 4x4 até a cidade de San Francisco de Yuruaní, onde almoçamos num restaurante típico e pudemos comprar artesanato indígena. Essa foi a nossa última atividade com o grupo todo reunido, pois a partir daí cada um tinha um roteiro próprio de retorno.

Eu e Gi ainda ficamos uma noite em Santa Elena (com direito a muita cerveja Solera) e depois uma noite em Boa Vista, onde comemos uma Caldeirada de Tambaqui na margem do Rio Branco, na compania do Flávio, Eduardo e Alex Uchoa.

Nosso retorno ao Rio foi tranquilo.

Um grande abraço aos nossos companheiros dessa aventura: Flávio Varricchio, Léo Trota, Avelino, Marcelinho, Alex Uchoa, Monique Lellis e Alexandre.

Monte Roraima, a dolorosa descida (continuação)

Acordamos, tomamos um bom café e iniciamos a caminhada de retorno pelo cume do Monte Roraima.



Mas logo acabou a moleza e começou a extenuante descida do Monte Roraima, dos 2.700m do cume até os 1.900m do Acampamento Base. Descemos com cuidado a íngreme trilha que maltratava nossos pés e joelhos.

(foto de Flávio Varricchio)
O Paso de las Lagrimas estava agora seco e os demais riachos estavam bem fáceis de passar, mas ao final dessa longa descida tivemos que fazer uma boa parada no Acampamento Base para almoçar e cuidar das bolhas...


O tempo virou e começou a chover. Retomamos a descida. Do Acampamento Base para baixo já não era tão íngreme, mas o grupo estava cansado. Nesse trecho o Léo Trota, que vinha fechando a fila, sofreu uma queda e torceu feio o joelho. O guia Leo conseguiu fazer uma imobilização com uma faixa, mas o Léo Trota teve que contratar um carregador para sua mochila.




À medida em que descíamos e nos afastávamos da influência da montanha, o tempo ia melhorando. Quando chegamos na margem do Rio Kukenan já tínhamos descido 1.600m verticais. Felizmente o rio estava baixo e a passagem foi bem tranquila. A subida após o Rio Kukenan foi o derradeiro esforço do dia. Depois foi só descer até o Rio Tök, onde tiramos (literalmente jogamos) as mochilas e tomamos um delicioso banho de rio. Para muitos do grupo (eu inclusive) era o primeiro banho desde o início da caminhada.

Acampamento montado, ficamos curtindo a paisagem do paredão sul do Monte Roraima tomando cerveja numa tarde linda.


O Léo Trota tinha conseguido vencer a longa descida com o joelho instável e estava mais aliviado. Mas a situação ainda era crítica. (dias depois, no médico, foi constatado o rompimento do ligamento cruzado. A solução foi sirúrgica)

(foto da Gi)

Tomamos Caxiri (a pinga dos índios) e terminamos nossa noite num divertido jantar num carramanchão da aldeia.

(foto do Léo Trota)

Continua...   http://waldyrneto.blogspot.com/2012/02/monte-roraima-ultimo-dia-de-trilha.html

Monte Roraima, enfim fomos para o Norte... (continuação)

Amanheceu um lindo dia ensolarado...   arrumamos nossas mochilas e nos preparamos para a longa trilha. Como o Marcelinho não estava se sentindo bem, ele e o Avelino ficaram no acampamento. O Alex Uchoa e o Eduardo preferiram aproveitar o tempo bom para fotografar nas Ventanas. O restante do grupo partiu para a trilha que leva ao norte da montanha. Previsão de caminhar 22km, o dia todo...



O tempo continuava firme e as paisagens iam se alternando. Formações, vales, riachos, passagens...





Depois de algumas horas caminhando chegamos num largo vale com a principal nascente do Rio Arabopó. Nesse ponto o guia Leo desviou da rota normal e nos levou para um lugar muito bonito, com uma cachoeira.


Depois dessa parada, retomamos a pernada e subimos toda a extensão do vale.






No final do vale entramos por uma passagem entre pilares de rocha e chegamos ao Vale dos Cristais, um grande afloramento de quartzo.



Depois seguimos subindo até uma elevação, onde fica o Marco Tríplice, o ponto que marca a fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, o ponto mais alto do Monte Roraima no Brasil, com 2.734m de altitude.


Na foto, o guia Leo, Eu, Gi, Monique, o guia Everaldo Borracha, Alexandre (atrás), Léo Trota (na frente) e o Flávio Varricchio.

Deste ponto podíamos ver o início da região dos Labirintos, a parte mais misteriosa e inexplorada do Monte Roraima.


Do Marco Tríplice iniciamos nosso retorno, por uma outra trilha, e chegamos ao El Fosso, uma lago dentro de uma gruta. Paramos para almoçar e tiramos algumas fotos.




Na saída do El Fosso, subimos por uma encosta e pudemos ver o El Diablo, uma das formações mais intrigantes do Monte Roraima.


Depois seguimos pela longa e cansativa trilha de volta...


Nossa última noite no cume do Monte Roraima foi mais alegre. Curtimos nossas realizações e fotos, confraternizamos com nossos guias e carregadores e fomos dormir com a alma leve.



Continua...   http://waldyrneto.blogspot.com/2012/02/monte-roraima-dolorosa-descida.html

Monte Roraima, Guacharo e a Trilha da Catedral (continuação)

Para iniciarmos a caminhada ao Marco Tríplice teríamos que sair bem cedo... e mais uma vez amanheceu chovendo, frio....   Tomamos nosso café e ficamos aguardando uma melhora do tempo, que só limpou lá pelas 9 ou 10 horas. A sugestão do guia Léo era de conhecermos a região chamada Guacharo, com uma gruta e uma ventana voltada para sul. Logo todos estavam caminhando pelas rochas do Roraima.



Depois de uma boa pernada chegamos à Gruta de Guacharo, uma gruta de arenito com um rio subterrâneo.







Depois da visita às profundesas do Monte Roraima, saimos da gruta e o tempo virou. Caminhamos sob uma fina chuva e nos abrigamos no Hotel Guacharo, uma dois maiores locais de acampamento do topo. Assim que o tempo limpou chegamos na borda sul da montanha, na Ventana de Guacharo. O tempo estava fechado, mas o Léo Trota já tinha feito uma foto ali minutos antes, mostrando o contraste do Roraima, e do Monte Kukenan (à direita) e a Gran Sabana abaixo.

(foto de Léo Trota)

Pegamos a trilha de volta e paramos para almoçar numas lajes de pedra perto do Hotel Principal. Depois de três noites acima dos 2.700m de altitude, a gente já sentia o fôlego reduzido. Nauseas e dores de cabeça também começavam a incomodar. Após o almoço no Hotel Principal, parte do grupo voltou para descansar no acampamento, e parte seguiu para conhecer a Trilha da Catedral.

Assim, esse grupo reduzido seguiu caminhando, percorrendo boa parte da extensão da borda sul do Roraima. A região da Trilha da Catedral é muito bonita, mais montanhosa que a região próxima do nosso acampamento. Seguimos caminhando por vales e canions durante boa parte da tarde.






Voltamos ao acampamento e jantamos. Só nos restava um dia para tentar caminhar para o lado norte da montanha, mas pela primeira vez no Roraima anoiteceu com céu limpo.



Fomos dormir animados com a possibilidade de um dia limpo para permitir nossa ida ao Marco Tríplice.

Continua...   http://waldyrneto.blogspot.com/2012/02/monte-roraima-enfim-fomos-para-o-norte.html