domingo, 13 de junho de 2010

Aniversário do Elias no Véu da Noiva

Agora foi a vez do Elias fazer 41 anos. Ele me ligou pedindo para organizar uma trilha para comemorar. A idéia era subir o Cobiçado, mas como o tempo estava fechado resolvemos arriscar uma ida ao Véu da Noiva. A turma veio do Rio e se reuniu no Pavelka para um café da manhã reforçado. Depos partimos para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, onde tiramos a foto acima.
O tempo estava bem frio e a graça era ver a galera do pedal começando a gostar de caminhada. O Véu até que estava com bastante água para final do outono. Depois de muitas fotos e um lanche, retornamos e fechamos o dia com comida mineira no Rancho Alabama.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Curtindo Itatiaia

O feriadão de Corpus Christi estava chegando e o Flávio Varrícchio nos convidou para ir a Itatiaia. Um grupo de fotógrados tinha conseguido uma reserva do Abrigo Rebouças e eu e Gi completamos as duas últimas vagas. Incentivado pelo Flávio, tinha acabado de comprar uma Canon G11 e um polarizador. Depois de muito tempo fazendo fotos em maquininhas automáticas, ia me divertir em Itatiaia com uma máquina com mais recursos. A previsão de tempo era no mínimo curiosa - quinta e sexta com tempo seco e um pouco encoberto, sábado de chuva com ventos muito fortes e domingo de sol sem núvens. Difícil de acreditar...

Nos acompanharam nessa trip, além do Flávio, os montanhistas Tácio (também fotógrafo) e Paula, e os fotógrafos Cristiane, Rodrigo, Rafael, Jéssica, Alê, Fernanda, Ânderson, Ana, Léo Trota, Clarisa, Vinícius e Thati.

Uma curiosidade é que quase toda essa turma se conhecida apenas por email, nas listas de discussão de fotografia ou montanhismo.


1º Dia - Quinta-Feira

Madrugamos em Petrópolis e pegamos a estrada. Chegamos no planalto às 8:30 e seguimos de carro até o Abrigo Rebouças, a 2.350m de altitude. Acomodamos tudo e partimos para a trilha. O tempo estava bom, mas um pouco encoberto.



Partimos para as Prateleiras. Nos acompanharam o Léo e a Clarisa. O destino era o platô onde fica a Pedra da Tartaruga, onde passamos a manhã fazendo algumas fotos.

Na foto acima uma espécie de bromélia, muito bonita e comum nos campos de altitude.

E aí está o Flávio registrando em foto o improvável equilíbrio da Pedra da Tartaruga.


2º Dia - Sexta-Feira

A idéia foi do Flávio - acordar às 3:00 da madrugada, tomar um café e subir até o Morro do Couto para fotografar o nascer do sol. Fomos eu, ele, o Alê, o Ânderson e a Ana. Conseguimos partir às 3:40 da madruga com tempo bem nublado. Termômetro marcando 3ºC. Mas a empolgação era grande. Aceleramos o passo e logo estávamos no final da estradinha entrando na trilha do Morro do Couto. Tudo muito escuro, vegetação molhada encharcando nossas calças, tentando acertar o caminho na densa neblina...

Quando chegamos no platô antes do cume a situação era desanimadora, pois o vento tornava a sensação de frio mais intensa. Praticamente sem visibilidade, consegui tatear o caminho pelas lajes de pedra até o início das subidas finais, mas chegamos à conclusão que era inútil e até perigoso ir ao cume.

Resolvemos ir voltando até o extremo sul do platô, de onde poderíamos esperar alguma abertura do tempo para fotografar a Serra Fina. Num relance olhei para tras para ver se o grupo todo estava me acompanhando e o vento abriu uma curta janela de tempo bom que nos permitiu fazer lindas fotos do céu avermelhado por tras das Agulhas Negras. Em poucos minutos tudo fechou de novo. Parecia até que aquela visão nem tinha sido real... Ainda bem que conseguimos registrar em foto...

Depois de esperar bastante uma nova abertura de tempo não suportamos mais o frio e o vento e resolvemos voltar para o abrigo.

A foto acima registrou o momento e as condições da nossa retirada das escarpas do Morro do Couto: 6:47 horas, 2.585m de altitude e 3,6º C. Somado ao forte vento era uma condição bem dura. Me impressionou muito a disposição e a coragem do Ânderson e da Ana, calouros nesse tipo de aventura.


Voltamos para o abrigo tomamos nosso segundo café da manhã do dia. O Tácio e a Paula tinham ido fazer um circuito lá pros lados da Pedra do Sino de Itatiaia, e o restante do grupo estava querendo fazer alguma trilha no planalto. O tempo não melhorava, mas a galera estava animada e eu acabei levando a tropa toda para o Morro do Altar, com seus 2.665m de altitude. Mas a montanha estava encantada e o tempo não abriu. Restou ao grupo ficar fazendo fotos uns dos outros e algumas fotos macro.
Na hora de descer a Clarisa viu meu reflexo numa poça e bateu essa linda foto com a maquininha automática que estava com a Gi. O olhar e a criatividade superando as limitações de equipamento...

Voltamos para o Rebouças e o tempo começou a abrir um pouco. O Altar, que passou a manhã toda envolto em núvens, deu o ar da graça e nos permitiu algumas fotos.

E a tão esperada fodo do entardecer nas Agulhas Negras também aconteceu. Um prêmio após um día difícil na montanha.


3º Dia - Sábado







Exatamente como na previsão, o sábado amanheceu tenebroso... Chuva, frio, vento... condição impossível de tentar alguma coisa, como mostra o vídeo acima.

Em algumas aberturas de tempo a gente saia para fotografar alguns pássaros que nos visitavam nos arredores do abrigo, como esse arisco sanhaço-frade.

O tico-tico era o mais social. Chegava pertinho... bem fácil de fotografar...

Essa é a Maria Preta, uma ave bem comum lá no planalto.

Na maior parte do tempo a galera ficava assim, entocada no abrigo. Infelizmente uma boa parte do grupo resolveu ir embora por não acreditar que o tempo poderia melhorar no domingo.


4º Dia - Domingo

O Flávio, empolgadíssimo com a previsão de tempo bom no domingo, resolveu madrugar para voltar lá no Couto. Parecia impossível o tempo melhorar... mas quando ele levantou lá pelas 3:30 da madrugada e foi olhar o tempo tava tudo estrelado. Com a boa nova partimos eu, ele e o Alê para fotografar o nascer do sol. Tava um frio de rachar e o tempo estava totalmente limpo. Começamos a andar na estradinha e o gelo estalava sob nossos pés. Era o grande dia... pena que a maioria tinha ido embora na véspera...

Caminhamos até um ponto da trilha do Morro do Couto e montamos nossos tripés. O dia nasceu e fizemos algumas boas fotos. O frio era realmente intenso. Terminado o trabalho pegamos o caminho de volta.



Com a luz do dia conseguimos ver a quantidade de gelo que tinha se formado no Parque, principalmente na estradinha. Todas as poças estavam congeladas. Segundo informações da portaria a temperatura tinha ficado ligeiramente abaixo de 0ºC na madrugada.


Voltei para o abrigo e consegui tirar a Gi do inseparável saco de dormir. Mesmo com o sol forte ainda conseguimos ver muito gelo nos arredores do abrigo. Depois das fotos nos despedimos do Alê e da Fernanda e partimos de carro para portaria do Parque. No nosso último dia no planalto a idéia era parar o carro na entrada da trilha da Pedra Furada e conhecer esse pico, que muitos diziam ter uma linda vista.

Pegamos a fácil e bonita trilha e fomos subindo a encosta da Pedra Furada, montanha que fica no extremo oeste da parte alta do Parque. O trecho final era surpreendentemente bonito e o tempo estava perfeiro. Era para fechar a viagem com chave de ouro...

Chegamos no cume e fizemos lindas fotos. Não dava vontade de sair de lá... mas a gente tinha que voltar pra casa.

Terminamos nossa viagem num lugar muito legal. Pegamos a estrada, compramos um saco de pinhão cozido e voltamos pra casa com a sensação de dever cumprido. É sempre bom voltar à Itatiaia.